sexta-feira, 7 de outubro de 2016

câncer

mas, você trata o câncer com acupuntura? 
o câncer, não. trato a pessoa com câncer, conforme as necessidades dela e o estágio de evolução da doença: é possível trabalhar os seus aspectos emocionais desde o diagnóstico e torná-la mais forte para lidar com o problema, é possível minimizar os efeitos colaterais da quimioterapia, é possível mitigar a dor, além de poder lidar com aspectos específicos dos diferentes tipos de câncer nos órgãos acometidos (dispneia no câncer de pulmão, por exemplo). 
acupuntura para uma pessoa com câncer é melhoria na sua qualidade de vida.

veja revisão sistemática de 2013 sobre o assunto: http://jco.ascopubs.org/content/31/7/952.short

quarta-feira, 13 de julho de 2016

fitoterapia chinesa com plantas brasileiras

a fitoterapia é uma ferramenta valiosa nos tratamentos em medicina tradicional chinesa e pode ser associada às outras técnicas terapêuticas. os remédios chineses, além das plantas, contam com produtos de origem mineral e animal - e são resultado dum uso durante milhares de anos em diversas regiões da China. para os problemas mais comuns,  existem pílulas prontas que combinam os remédios nas proporções específicas para cada problema. 

há certa dificuldade para a obtenção desses remédios prontos - do problema do alto custo, aos entraves da importação e à necessidade de controle de qualidade pela nossa vigilância sanitária - que em 2014 estabeleceu que os remédios com produtos de origem animal não terão a liberação de sua comercialização no Brasil.

o Brasil, por sua vez, é riquíssimo em diversidade biológica e temos disponível uma enorme gama plantas com propriedades terapêuticas já bem conhecidas e classificadas conforme os princípios próprios da medicina tradicional chinesa (MTC). 

exemplo? o capim limão, que aqui usamos como calmante e para baixar a febre (entre outros usos) em MTC tem propriedade picante e amornante e entre seus  efeitos terapêuticos está descrito que ele induz a sudorese e elimina vento frio, sendo bem indicado para febre baixa, calafrio, tosse e expectoração. 

voilà! é perfeitamente possível nos valermos de nossos próprios remédios num tratamento baseado nos princípios da MTC. esse uso das plantas brasileiras pode até favorecer a adesão do paciente ao tratamento fitoterápico, uma vez que trabalharíamos em conformidade com a cultura do paciente. 

há ainda a possibilidade de evocarmos nos pacientes memórias de cuidados e carinhos: num febrão na minha infância, lembro dum suadouro que minha vó me deu, um chá quente adoçado com mel. será que era capim limão? nos despertares do meu sono delirante, sentia-me confortada: vê-la sentadinha ao lado da minha cama, saber que deixara o serviço doméstico para outra hora, seus olhos atentos e que, hoje percebo, emanavam uma sabedoria do cuidado. (se uma lembrança dessas interfere no processo de cura? vai saber...)

quarta-feira, 29 de junho de 2016

acupuntura para desatenção e hiperatividade

monografia concluída!
Acupuntura no Tratamento de Crianças com Déficit de Atenção e Hiperatividade : sim, a Acupuntura é uma alternativa eficaz ao tratamento farmacológico do TDAH.

Disponibilizado pela querida professora Bernadete Stolai em seu site:
http://www.acupunturapontos.com.br/conteudo/acupuntura-no-tratamento-de-criancas-com-transtorno-do-deficit-de-atencao-e-hiperatividade-ha/

terça-feira, 14 de junho de 2016

quinta-feira, 2 de junho de 2016

crianças

sim, acupuntura também é para crianças! com jeito e paciência, o acupunturista consegue inserir as agulhas, aquecer com moxabustão, tratar com as ventosas... elas têm medo e, claro, do apoio adequado dos pais depende o sucesso da técnica escolhida. 

nas crianças gosto de usar o aparelho de laser - não dói nada e é tão eficaz quanto as agulhas. quando já tenho vínculo com a criança, associo alguma agulhinha num acuponto de inserção menos dolorida - a criança vai se habituando aos poucos às picadinhas e à sensação do Qi. assim, se um dia o aparelho de laser não estiver disponível, o tratamento com as agulhas se dará com a serenidade necessária.

na foto, minha filha caçula, aos três anos, com agulhinhas na mão (IG4). tinha dor de garganta, tosse, estava febril, sem apetite e amuada. usei o laser nos demais pontos. os carinhos que ela recebeu da irmã mais velha certamente propiciaram boas condições para a cura.




começo

há muito me intrigava a medicina tradicional chinesa – desde o primeiro ano da minha graduação, quando um professor da Histologia (ICB-USP), o Bauer, utilizou-se da sedação com a eletroacupuntura para a extração de um terceiro molar de uma colega da turma.

se me recordo bem, em um dos lados a extração foi feita com anestesia odontológica comum, como controle. para mim foi espantoso que no lado operado sob analgesia com acupuntura o pós-operatório foi muito melhor: sem dor ou edema, com cicatrização mais rápida.

como assim? um estímulo elétrico na mão anestesia a boca? guardei meu espanto por muitos anos e fui tocando minha vida por caminhos nos quais nem vislumbrava me ocupar da MTC.


quando Menna e eu adotamos nossas meninas, sei-lá-o-que despertou em mim – uma vontade de entender o mundo em nova perspectiva, talvez. aquele espanto latente floresceu e frutificou em conhecimento: fui estudar. enfim, sou acupunturista.